Sair da zona de conforto, quebrar o status quo, redirecionar sua vida… isso não é fácil, mas às vezes é necessário fazer. Deixo algumas dicas de como você pode mudar sua rotina, seu dia a dia ou até mesmo a maneira que você gere seu negócio.
Passo 1
Decida o que você realmente quer e o que o impede de ter agora
Você ficaria surpreso em descobrir quantas pessoas, que quando questionadas sobre o que querem passam mais de vinte minutos dizendo o que não querem, ou relatando as coisas que não mais desejavam experimentar.
Temos de nos lembrar que obtemos o que focalizamos na vida. Se insistimos em focalizar o que não queremos, teremos mais disso. O primeiro passo para criar qualquer mudança é decidir o que você de fato quer, a fim de ter algo para o qual avançar. Quanto mais específico puder ser a respeito do que você quer, mais clareza terá, e mais poder vai dispor para alcançar o que quer mais depressa.
Também devemos aprender o que nos impede de ter o que queremos. Invariavelmente, o que nos impede de efetuar a mudança é o fato de vincular mais dor a promover uma mudança do que a permanecer onde estamos. Ou temos uma convicção como “Se eu mudar, terei dor”, ou tememos o desconhecido que a mudança pode acarretar.
Passo 2
Use uma alavanca: associe uma dor intensa a não mudar agora, e um prazer imenso à experiência da mudança agora!
A maioria das pessoas sabe que deseja mesmo mudar, mas não é capaz de fazê-lo! A mudança em geral é uma questão de capacidade; é quase sempre uma questão de motivação. Se alguém aponta um revólver para a nossa cabeça e diz: “É melhor você sair desse estado de depressão, e comece a se sentir feliz agora”, aposto que qualquer um de nós poderia encontrar um meio de mudar o estado emocional no momento, nessas circunstâncias.
Cada mudança que você realizou em sua vida é o resultado da mudança das neuroassociações sobre o que significa dor e prazer. Com bastante frequência, porém, temos dificuldades para mudar porque temos emoções mistas sobre a mudança. Por um lado queremos mudar. Não queremos adquirir câncer por fumar. Não queremos perder os relacionamentos pessoais por causa de nosso temperamento explosivo. Não queremos que nossos filhos se sintam rejeitados porque somos rigorosos demais com eles. Não queremos nos sentir deprimidos pelo resto de nossas vidas por causa de alguma coisa que aconteceu no passado. Não queremos mais nos sentir como vítimas.
Por outro lado, tememos a mudança. Especulamos: “E se eu parar de fumar e morrer de câncer de qualquer maneira, depois de renunciar ao prazer que o cigarro proporcionava? Ou: “E se eu perder esse sentimento negativo em relação ao estupro, e me acontecer de novo?” Temos emoções mistas, em que ligamos tanto a dor quanto o prazer à mudança, o que deixa o cérebro indeciso sobre o que fazer e nos impede de utilizar os plenos recursos de que dispomos para promover o tipo de mudanças que poderiam literalmente ocorrer de um momento para outro, se cada fibra de nosso ser estivesse empenhada.
Como invertermos essa situação? Umas das coisas que faz praticamente qualquer pessoa dar uma virada é alcançar um limiar da dor. Significa experimentar dor num nível tão intenso que você sabe que tem que mudar AGORA – um ponto que seu cérebro diz: “Já chega; não posso mais passar o outro dia, nem sequer um momento, vivendo ou me sentindo assim.”
Passo 3
Interrompa o padrão limitador
A fim de nos sentirmos sistematicamente de uma determinada maneira, desenvolvemos padrões característicos de pensamento, focalizando as mesmas imagens e ideias, formulando para nós as mesmas perguntas. O problema é que a maioria das pessoas deseja um resultado, mas continua a agir da mesma maneira. Ouvi uma vez que a definição de insanidade é “fazer sempre as mesmas coisas, e esperar um resultado diferente”.
Por favor, não me entenda mal. Não há nada de errado em você; não precisa ser “obcecado”. (E sugiro que evite qualquer pessoa que use essas metáforas para descrevê-lo!) Os recursos de que precisa para mudar qualquer coisa em sua vida estão dentro de você neste momento. Acontece apenas que possui um conjunto de neuroassociações que habitualmente o levam a não aproveitar toda a sua capacidade. O que você deve fazer é reorganizar seus caminhos neurais, a fim de que o guiem de uma forma sistemática na direção de seus desejos, em vez de suas frustrações e medos.
A fim de obter novos resultados em nossas vidas, não basta apenas saber o que queremos, e ter uma alavanca apropriada. Podemos estar muito motivados à mudança, mas se continuamos a fazer as mesmas coisas, a manter os mesmos padrões impróprios, nossa vida não vai mudar, e só experimentaremos mais e mais dor e frustração.
Já reparou numa mosca aprisionada numa sala? Procura de imediato pela claridade, por isso voa para a janela, bate contra o vidro muitas e muitas vezes, até por horas a fio. Já notou que as pessoas também fazem isso? Estão motivadas para a mudança; e têm uma alavanca poderosa. Mas nem toda a motivação do mundo será capaz de ajudar se você tentar escapar através de uma janela fechada. Tem de mudar seu curso. A mosca só tem uma chance de recuar e procurar por outra saída.
Se mantermos o mesmo padrão antigo, obteremos os mesmos resultados antigos. Os discos criam sempre os mesmos sons por causa de seu padrão, o sulco contínuo em que os sons foram codificados. Mas o que aconteceria se um dia eu pegasse seu disco, e usasse uma agulha para arranhá-lo de um lado para outro, dezenas de vezes? Se eu fizer isso com bastante força, haverá um ponto em que o padrão será interrompido tão fundo que o disco nunca mais tocará da mesma forma.
Assim também a simples interrupção do padrão de comportamento ou emoção limitadores de alguém pode mudar completamente sua vida, porque às vezes também cria uma força de alavanca, e só com esses dois passos se pode mudar quase tudo. Os passos adicionais do NAC são apenas um meio de fazer com que as mudanças durem, e lhe permitir desenvolver novas opções, agradáveis e fortalecedoras.
Passo 4
Crie uma alternativa fortalecedora
Este quarto passo é absolutamente essencial para se consolidar a mudança a longo prazo. Na verdade, o fracasso da maioria das pessoas em encontrar um caminho alternativo para sair da dor e assumir os sentimentos de prazer é a causa principal para que suas tentativas de mudança sejam apenas temporárias. Muitas pessoas chegam ao ponto em que têm de mudar, em que a mudança é imperativa, porque está vinculada muita dor ao padrão antigo, e muito prazer à ideia de mudar.
Até interrompem seus padrões. Depois disso, no entanto, nada têm para substituir o padrão antigo! Lembre-se de que todos os seus padrões neurológicos são projetados para ajudá-lo a se livrar da dor e alcançar o prazer. Esses padrões são bem estabelecidos; podem ter efeitos colaterais negativos, mas se você aprendeu que um hábito pode livrá-lo da dor, voltará a assumi-lo, repetidas vezes, se não encontrou um meio melhor de obter os sentimentos que deseja.
Se você seguiu cada um dos passos descritos, têm uma noção clara do que queria e do que o impedia de alcançar o objetivo, dispõe de uma alavanca para si mesmo, interrompeu o padrão, e agora precisa preencher a lacuna com um novo conjunto de opções, que lhe proporcionarão os mesmos sentimentos agradáveis, sem os efeitos colaterais negativos. A partir do momento em que deixa de fumar, você deve ter um novo meio, ou vários novos meios, de substituir os benefícios, quaisquer que fossem, que costumava obter do antigo comportamento; os benefícios dos antigos sentimentos ou comportamentos devem ser preservados pelos novos comportamentos ou sentimentos, ao mesmo tempo em que se elimina os efeitos colaterais. Pelo que você pode substituir a preocupação? Que tal a ação intensa num plano para alcançar seus objetivos? A depressão pode ser substituída pelo foco em como ajudar outras pessoas necessitadas. Se você não sabe direito como se livrar da dor e sentir prazer como um substituto ao fumo, bebida, preocupação, ou outra emoção ou comportamento negativo, pode encontrar as respostas seguindo o exemplo de pessoas que mudaram sua situação. Procure pessoas que efetuaram mudanças permanentes; garanto que vai descobrir que elas tiveram uma alternativa para substituir o comportamento antigo.
Passo 5
Condicione o novo padrão até que seja consistente
O condicionamento é a maneira de garantir que uma mudança criada por você seja consistente e persista a longo prazo. O modo mais simples de condicionar algo é simplesmente ensaiá-lo várias vezes, até que haja um caminho neurológico. Se você encontrar uma alternativa fortalecedora, imagine-se a fazê-la até constatar que pode sair da dor e entrar no prazer num instante. Seu cérebro passará a associar isso com um novo meio de produzir esse resultado, numa base sistemática.
Se você não fizer isso, voltará ao antigo padrão. Se ensaiar uma alternativa nova e fortalecedora muitas vezes, com tremenda intensidade emocional, vai abrir uma trilha, e usando ainda mais repetição e emoção, logo se tornará uma estrada para esse novo meio de alcançar resultados, e passará a ser uma parte de seu comportamento habitual. Lembre-se de que seu cérebro não pode distinguir a diferença entre algo que você imagina de uma forma vivida e algo que de fato experimenta. O condicionamento assegura que você percorrerá automaticamente o novo curso, que se avistar uma das “rampas de saída”, que antes sempre costumava pegar, agora seguirá em frente a toda velocidade… e até será difícil pegá-las.
O poder do condicionamento não pode deixar de ser superestimado. Li recentemente que o grande Larry Bird, do Boston Celtics, estava fazendo um comercial de refrigerante em que deveria errar um arremesso. Ele fez nove cestas seguidas, antes de conseguir errar uma vez! Isso demonstra a força com que ele se condicionou ao longo dos anos. Quando a bola chega em suas mãos, ele inicia automaticamente um padrão para colocá-la na cesta, Tenho certeza de que se examinássemos a parte do cérebro de Larry Bird vinculada a esse movimento, encontramos um substancial caminho neural. Compreenda que todos nós podemos condicionar qualquer comportamento em nós, se usarmos bastante repetição e intensidade emocional.
O passo seguinte é fixar um programa para reforçar seu novo comportamento. Como você pode se recompensar pelo sucesso? Não espere ter passado um ano sem fumar. Assim que passar um dia, dê uma recompensa a si mesmo! Não espere até perder trinta quilos. Não espere até perder um quilo que seja. No instante em que for capaz de empurrar o prato para o lado ainda com comida, trate de se congratular. Determine uma série de objetivos a curto prazo, de pequenos marcos, e à medida que alcançar cada um, trate de se recompensar imediatamente. Se esteve deprimido ou preocupado, agora, a cada vez que agir em vez de se preocupar, ou a cada vez que sorrir quando alguém lhe perguntar como vai, e responder “Muito bem”, procure se recompensar por já ter começado a efetuar as mudanças necessárias para garantir seu sucesso a longo prazo.
Assim, o sistema nervoso aprende a vincular grande prazer à mudança. As pessoas que querem emagrecer nem sempre vêem resultados imediatos — em geral, perder um quilo não transforma ninguém, milagrosamente, numa Elle McPherson ou num Mel Gibson. Portanto, é importante se recompensar assim que tomar algumas ações específicas, ou fizer qualquer progresso emocional positivo, como optar por correr ao redor do quarteirão, em vez de correr para o McDonald ‘s mais próximo.
Se não fizer isso, você pode se descobrir a pensar: “Muito bem, perdi um quilo até agora, mas ainda estou gordo. Isso vai durar para sempre. O caminho a percorrer é tão longo…”. Com isso, você pode usar essas avaliações a curto prazo como desculpas para se empanturrar.
A compreensão do poder de reforço vai acelerar o processo de condicionar um novo padrão. Recentemente tive o prazer de ler um excelente livro, que recomendo às pessoas que desejem fazer um estudo meticuloso sobre o condicionamento. É Don’t Shoot the Dog!, de Karen Pryor. O livro apresenta algumas distinções simples sobre a modificação do comportamento animal que se comparam com as minhas próprias distinções, adquiridas ao longo de anos, sobre a moldagem do comportamento humano.
Passo 6
Experimente – visualize
Vamos revisar o que você realizou: determinou o novo padrão de emoção ou comportamento que deseja; providenciou uma alavanca pessoal para a mudança; interrompeu o padrão antigo; descobriu uma nova alternativa; e se condicionou até se tornar consistente. O único passo que resta é experimentá-lo para ter certeza de que vai funcionar no futuro.
Uma das maneiras de se fazer isso, ensinada na Programação Neuro-Lingüística, é a “sondagem do futuro”. Isso significa que você deve imaginar a situação que costumava frustrá-lo, por exemplo, e verificar se de fato ainda causa alguma frustração, ou se já foi substituída por seu novo padrão de se sentir “fascinado”. Se normalmente você ainda tem o impulso de fumar cada vez que se sente aflito, imagine-se numa situação angustiante, e verifique se em vez do desejo de fumar sente o impulso de ler, correr, ou qualquer nova alternativa a que se condicionou. Imaginando os mesmos estímulos que costumam desencadear sua antiga emoção ou comportamento, e constatando com certeza sua nova alternativa fortalecedora é automática, você saberá que esse novo padrão funcionará no futuro.
Além disso, você deve testar a ecologia da mudança que acabou de efetuar. A palavra “ecologia” implica no estudo das consequências. Qual será o impacto dessas mudanças que você efetuou em si mesmo nas pessoas ao redor? Elas vão apoiar suas iniciativas e relacionamentos pessoais? Certifique-se de que esse novo padrão será apropriado, baseado em seu atual estilo de vida, convicções e valores.
Apresento a seguir uma lista de conferência simples, que você pode usar para ajudar a ter certeza de que seu novo padrão de sucesso vai durar, e é apropriado.
Se sua tentativa de criar esse padrão não durar, você precisa voltar ao Passo Um. Possui mesmo uma definição do que deseja, e por que deseja?
Revise o Passo Dois; a maioria das pessoas que tentou em vão fazer uma mudança geralmente não tinha pressão de alavanca suficiente.
Talvez você precise assumir um compromisso público, a fim de obter mais alavanca para si mesmo. Fale com pessoas que não vão deixá-lo esquecer!